Peças de design, artesanato pernambucano e arte contemporânea convivem em perfeita harmonia neste apartamento de 260 m² localizado em frente à Praia de Boa Viagem.
A vista para o mar é o grande diferencial. O apartamento é como uma moldura para a paisagem
As cadeiras do acervo familiar ficam em frente à divertida tela de Paulo Meira, uma folha em branco de um caderno
Não há companhia melhor para o quadro de grafismos do artista Eudes Mota do que a poltrona UP5 prateada, assinada pelo arquiteto italiano Gaetano Pesce. A cadeira vermelha desenhada pelo alemão Konstantin Grcic e a luminária com desenho retrô Montenapoleone também formam uma dupla afinada. E a sintonia não para por aí. Cadeiras antigas dividem espaço com modelos contemporâneos de pés acrílicos (Kartell), assim como o aparador de madeira do estar combina perfeitamente com a mesa de centro espelhada. Tudo isso com uma vista de tirar o fôlego para a Praia de Boa Viagem, em Recife (PE).
Preto e cinza-claro predominam no estar. Destaque para a tela de Claudio Cretti, ao fundo, apoiada sobre o aparador branco
O democrático projeto de 260 m² leva a assinatura de Zezinho e Turíbio, do escritório Santos & Santos Arquitetura. O apartamento reúne peças de design, artesanato local e arte contemporânea, tudo bem equilibrado. “Esse foi um dos nossos principais desafios. Nos preocupamos em fazer uma composição atual”, afirmam os profissionais. O décor foi planejado para recém-casados apaixonados por artes visuais das mais diversas linhas. “Eles gostam de peças europeias e de artistas pernambucanos”, contam Zezinho e Turíbio. Além dos trabalhos de Eudes Mota, há também uma escultura de couro e ferro de José Paulo, uma de barro assinada por Marcos de Nuca e um quadro de Paulo Meira. Itens locais e anônimos complementam o cenário e dão uma certeza a quem entra no local: a diversidade, definitivamente, mora aqui.
No hall de entrada, a cadeira-escultura, da série Confessionário (Eudes Mota), é a responsável por dar as boas-vindas. Um tapete vermelho conduz, em grande estilo, à área social da casa. Logo é possível encontrar o espelho com moldura dourada colocado na parede oposta à janela. “Como ele é bem grande, tivemos de içá-lo até o 17º andar. Foi trabalhoso, mas valeu a pena. O elemento foi uma estratégia para refletir a vista da praia em diferentes pontos da casa”, revelam os arquitetos. O piso de granito entregue pela construtora foi mantido, uma base neutra para os tons que foram incluídos na proposta. “Usamos uma paleta de branco, cinza-claro, prata, dourado e vermelho.”O projeto é repleto de contrastes e misturas, como no caso da luminária de acrílico com linhas contemporâneas sobre o aparador de madeira e as esculturas de José Bezerra
O aparador de madeira e aço foi desenhado pelos arquitetos e acomoda esculturas de José Bezerra, do Vale do Catimbau. O contraste fica por conta da luminária de acrílico (Luceplan). O sofá (Interior Design) foi colocado em frente à antiga varanda, que saiu de cena depois de uma reforma para dar lugar a uma sala ainda mais espaçosa. Nada como reservar alguns minutos do dia para ficar por ali e contemplar a paisagem de camarote. Em frente, destaque para o sofá preto de linhas contemporâneas (Itálica). As banquetas Bronze, de Philippe Starck para a XO, aparecem nas versões prata e dourada e dão um toque de irreverência à decoração.
Uma mesa (Sermol Móveis Personalizados) acomoda o casal em refeições mais elaboradas ou para bons bate-papos entre amigos. Mas também é possível usar a sala de jantar, com uma peça desenhada pelos arquitetos e cadeiras Mr. Impossible, de Philippe Starck. O manequim de alfaiataria confere charme ao ambiente e tem sua imagem duplicada pela porta espelhada. Complementam o décor outro quadro de Eudes Mota, a escada rústica (Micasa), a boneca de um artesão local e uma garrafa de cristal antiga. A iluminação embutida no forro de gesso ajuda a criar diversos cenários.
A próxima parada é a sala de tevê, onde o preto tem forte participação, presente no tapete, no móvel e no painel da parede, feitos com vidro e laca. A sobriedade é quebrada pelas banquetas coloridas La Bohème, de Philippe Starck para a Kartell, e pela luminária Mickey, de Fernando Akasaka. O sofá de camurça com chaise é ideal para assistir a bons filmes com conforto de sobra. Para isolar o ambiente, basta fechar a porta de correr de vidro jateado. “O modelo permite a passagem de luz”, observam os profissionais. Instrumentos musicais se encarregam de deixar o local mais descontraído. “Essa mistura é o que encanta a todos”, comemoram Zezinho e Turíbio.
Os proprietários têm bom gosto e são apaixonados por obras de arteA forte presença de preto na sala de tevê é compensada por elementos decorativos coloridos e pelo imponente sofá branco
Fonte: www.revistadcasa.uol.com.br
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